domingo, 19 de fevereiro de 2012

Quanto quer Xôr Garda?


Tudo acelerava: depois das motas, a égua e seguidamente uma quantidade de carros que os dedos das mãos não chegam para contar. O rapaz amava seriamente a velocidade e apesar de menor, já era um acelera exímio.

Como consequência da sua habilidade amolgou chapa suficiente para manter as oficinas de reparação no activo, através de experiências admiráveis, como quando tirou a chave da ignição enquanto rodavam a considerável velocidade. Apesar de todo o aparato normalmente causado a policia nunca punha as vistas em cima dele, Nuno Valdemar, por herança do nome do avô, ou Chibo, por motivo sem razão aparente.

Sempre a seu lado, para além da sua sombra, estava o Gang da Lameira, composto por outros putos por ele liderados, um grupo com constantes contribuições de outros da Povoção, ainda mais atrofiados das ideias. Adeptos da filosofia Tunning, rebentavam carros assiduamente, e quando não o faziam, jogavam à bola no largo da feira da Lameira.

Certo dia encaminhavam-se de carro para o centro da freguesia quando, junto ao fontenário de Pedroso, a GNR fazia uma operação stop. O condutor, o Nuno Valdemar, apercebendo-se da presença da GNR finta-os e vira num quelho imediatamente antes de chegar aos guardas:
- Eh eh eh, f***-os! – disse rindo-se.

O caminho, que sobe ao Monte de Vila-Boa, até para quem o faz a pé faz doer a “suspensão” e, como tal, nunca a GNR iria pensar passar por lá.

Depois da aventura que foi conseguir percorrer aquele quelho, ao chegar à Ponte, onde iam retomar a estrada principal, o carro da GNR aguardava-os. A GNR tinha-se apercebido da manobra do Nuno e interceptou a ideia aparentemente brilhante.

Identificado o condutor, e como era menor, dirigiram-se a sua casa para falar com o avô, o Valdemar, que já tinha a paciência esgotada ainda antes de a ter:
- O seu neto foi encontrado a dirigir na via pública – expressou o GNR.

O Valdemar encarou o neto, foi ao interior do seu vocabulário, proferiu insultos desmedidos e, quando estes acabaram, inventou mais alguns… De entre eles (…)

(Texto cortado por poder ferir a susceptibilidade de leitores mais sensíveis)

De facto, o Valdemar já não suportava mais as aventuras do neto e qualquer que fosse a ideia do neto posta em prática, para o Valdemar era mal feita, e pior, era inaceitável. Vendo-se em mais uma situação resultante de uma ideia falhada do neto, o Valdemar puxou o guarda a um local mais recôndito e falou baixinho:
- Diga quanto quer Xôr Garda? – perguntou o Valdemar já mais calmo.
- Não se trata de dinheiro, Sr. Valdemar – respondeu o GNR.
- Não está a pexeber Xôr Garda! Quanto quer e eu dou-lho já!
- Estou a perceber perfeitamente, mas as coisas não são assim resolvidas!
- Xôr Garda, eu bato as notas já e não falamos mais nisso! – insistiu o Valdemar
- Você acha que tenho cara de corrupto?! – já irritado o guarda.
- Ó Xôr Garda, não está a entender! Quanto quer, diga-me quanto quer para o levar preso?!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Breves de S. Bartolomeu

Força da gravidade a mais na Lameira
No lugar mais a norte da freguesia um evento natural anómalo levou a graves dificuldades no trânsito na EN 206. Dois indivíduos anónimos, mas capazes de pronunciarem seus nomes bem alto, enfrentaram graves dificuldades de locomoção uma vez que a força da gravidade estava anomalamente a níveis extraordinariamente elevados.
Como tal, ambos os indivíduos viram-se em dificuldades para caminhar durante a última noite de terça-feira de 2011, com um deles a cair por diversas vezes em picos de gravidade mais intensos. Como se não bastasse, os carvalhos e as irregularidades do terreno causavam dificuldades extras àqueles transeuntes.
De igual modo o trânsito circulava lentamente quando passava por eles, o que demonstra que a força da gravidade era maior apenas na área à volta deles.
Eventos deste tipo são frequentes na zona centro da freguesia, excepto durante as festas do lugar da Lameira, quando a gravidade prende muita gente às valetas da estrada até ao dia seguinte, o que não explica o raro evento no lugar.

Empresa de Vila Boa debilitada
No centro da freguesia, mais exactamente no lugar de Vila Boa, uma das mais importantes empresas da freguesia vê-se afectada por danos num dos seus sectores. A empresa que detém o poderio no ramo da cobrição animal viu-se em mãos com um problema grave quando o seu gato estendeu os seus limites territoriais. O gato que tinha acabado de descobrir o paraíso afrodisíaco a curta distância de casa, viu-se obrigado a ser castrado uma vez que estava no canil - gatil privado do lugar, e ainda se viu obrigatoriamente adoptado.
O animal vai assim cessar a sua carreira profissional mais cedo que o previsto e não terá direito a fundo de desemprego nem a subsídios por parte da empresa onde trabalhou, uma vez que as suas condições de vida por outro lado melhoraram substancialmente.
Apesar desta significativa perda, a empresa do ramo de prestação de serviços mantém o sector de cobrição bovina incólume e como tal à disponibilidade da população.

Crise improvisa a passagem de ano em S. Bartolomeu
Na passagem de ano na pacata freguesia do baixo Minho, a folia não ficou apenas pela habitual competição de fogo-de-artifício entre a população, subindo até a outros níveis.
O ano velho terminou da mesma forma que começou o novo em S. Bartolomeu do Rego. O nevoeiro da noite de ano novo não deixava os foliões avaliarem o fogo-de-artifício dos adversários e como tal o vencedor era incerto.
Como consequência da crise, a falta de maior quantidade de foguetes fez com que se apostasse em encenações peculiares com os pândegos a armarem-se e a dispararem tiros para o ar e para esquinas ao velho modo do faroeste. Muito estouro e pouca luz que confundiu bastante gente que olhou para o céu.
O acontecimento é novidade na freguesia uma vez que não existem tribunais nem, embora pareça o contrário, cidadãos de etnia cigana na localidade.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

As Aventuras de Tim Tol - A Arma Química

O livro traz-nos desta vez, as habituais estórias fictícias que envolvem a gente se S. Bartolomeu nos mais mirabolantes enredos da história da banda desenhada! Aproveitando registos do saudoso almoço do I Rego BTT, As Aventuras do Tim Tol narram uma ameaça química com efeitos perturbadores.
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Frases Célebres do Nosso Povo II

O LIVRO cita pela segunda vez algumas das frases mais célebres que o povo de S. Bartolomeu pronunciou, de modo a que as palavras lerdas, ou as raras frases sábias, cheguem a outras fronteiras e se perpetuem.

Latara tenta latata cunir”– frase alusiva à primavera escrita por um antigo alugo da D. Maria (queria ele escrever “na primavera nascem as flores”)  (Sr. Baptista M.)

No registo civil de Celorico de Basto:
- Masculino ou feminino? – pergunta a funcionária.
- Nem é Marcolino nem Ferminino é João como o pai. (T.)
 
Ámanhá Fafetódia! Já dize, ámanhá Fafetódia!! (ou amanha Fafe todo o dia - enquanto lhe pediam ajuda para trabalhos no centeio)  (Zé da M.)
 
Acerca da crise:
Não há dinheiro?! Não há dinheiro que o façam!!! As maquinas são para quê?! (Adelina D.)

 
Os mentirosos são aqueles que dizem que Deus existe e aqueles que dizem que Deus não existe! Nenhum deles sabe!  (Sr. Albano A.)