quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma Verdade Inconveniente IV (parte I)

É tempo de comemorar as bodas de prata da maior simulação de casamento da história do lugar de Vila-Boa, o único enlace matrimonial que até aos dias de hoje não se deu na igreja do padroeiro S. Bartolomeu, numa reprodução de casamento verdadeiramente cómico, mas que deu para chorar.
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Uma Verdade Inconveniente IV – Um casamento cómico que deu para chorar (parte I)

-Quanto ganhas João? Não queres vir trabalhar comigo pá serração do Bugio pah?!
- Come-se bem? – pergunta o João Marialves questionando a pouco comum boa vontade do Cunha
- Então não se come! Come-se bem e barato, a sopa é boa e o patrão não berra! … – defendeu o Cunha esperançado
- Oh, não sei, aqui é perto de casa, mas se a sopa é boa…
- Deixa de ser tolo e anda! O Batista não te paga nada, lá ganhas bem mais!
O João Marialves aceitou a proposta inegável do Cunha, falou com o seu patrão, o Batista Serralheiro, e despediu-se. No dia seguinte vai trabalhar manhã cedo, rumando à serração do Bugio, a alguns quilómetros de S. Bartolomeu do Rego.

A meio da manha, o Cunha aparece na oficina do Batista Serralheiro:
- Batista, arranjas-me aí trabalho para mim? – perguntou o Cunha
- Então lá no Bugio aquilo não é bom? – questionou o Batista, admirado
- É nada! Eu não gostava nada daquilo… A sopa era de nabiça e nós tínhamos que meter os morcões (lagarta da couve) na borda do prato para poder comer… - retorquiu o Cunha com cara de enjoado
O Batista Serralheiro aceitou logo o rapaz para ele poder ganhar algum para queimar em cigarros, mas mesmo assim:
- E não me pagas tanto como pagavas ao João?! – contesta o Cunha com tom de revolta e indignação
- Não, tu ainda não sabes nada, quando souberes dou-te mais – argumentou finalizando

Ao final da tarde chega o João Marialves à oficina do Batista Serralheiro:
- Ó Batista, posso continuar a trabalhar contigo?
- Não sei, temos que ver isso. Mas aquilo não é bom? – interrogou manhosamente o Batista
- Não vale nada, a sopa só tem morcões, e o patrão só berra! Hoje o Cunha não foi. Por acaso não o viste?
- Vi, veio-me pedir o teu antigo trabalho!
- #&%”$%&$%$$%”&%###&%#”&$/%$#%&% - berrou, gritou, mugiu, latiu o João Marialves, utilizando uma linguagem fluente e universal.

(continua…)

João Marialves de serviço na serralharia do Batista nessa época

3 comentários:

Anónimo disse...

Cunha e o seu palavreado....para f#der os amigos...quando sai o resto da História?!...

Toni disse...

olha o joão marialves todo armado em maozão, pistola numa mao e naifa noutra, cunha poe-te fino e nao lhe andes a roubar mais o trabalho xD

Maria da Fonte disse...

esse individuo esmurrou os cotovelos todos quando ia para casa depois de uma noite de "borrachos" ahahahahhahahaha

PS: essa noite ja foi seriamente discutida na tertulia no dia seguinte e tenho a dizer que o rouxa (aka lilas) não ficou muito satisfeito pois nao houveram mortes e ja nao tem dinheiro para a semana

e nao se esqueçam, cada vez que olharem pra mim de rabo de olho, no dia seguinte vao ser alvo dos comentarios da tertulia, se lhe doerem as orelhas ja sabem!!! SOMOS NÓSSSSSS

!!!!!!TERTULIAAAA FOREVER!!!!!!

cumprimentos